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Painel debate relação entre água e segurança alimentar e nutricional

publicado: 19/03/2018 14h25, última modificação: 20/03/2018 13h21

Chovia na Universidade de Brasília (UnB) neste domingo (18) quando Naidison Baptista iniciou sua fala sobre a importância das cisternas para a autonomia das populações da região do semiárido brasileiro. “A política de convivência com o semiárido deve se dar na perspectiva da captação, armazenagem e distribuição da água da chuva; hoje o agricultor pode cobrar água dos governantes porque agora tem onde guardar essa água”, disse ele no painel “O direito à água e a sua relação com a soberania e a segurança alimentar e nutricional”, uma das atividades do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama), que acontece até quinta-feira (22) na capital federal.

Para Naidison, que é conselheiro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e coordenador da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), a cultura do abastecimento por meio de carros-pipa estimula o clientelismo político, citando o que ouviu de um pequeno agricultor. “Antes eu recebia de um vereador água numa lata, a cada três dias da semana. Mas hoje, com a minha cisterna, eu não dependo mais dele, hoje eu tenho liberdade”.      

No painel organizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em parceria com o Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra) – foram debatidas questões relacionadas à água como alimento, políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, agroecologia e produção agroecológica.

Além de Naidison, a mesa de debates contou com a participação da conselheira e presidenta do Consea Estadual do Rio de Janeiro, Rosa Alvarenga, do coordenador do Centro Sabiá e integrante da ASA e da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Alexandre Pires, e do coordenador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Cícero Félix. A presidenta do Consea, Elisabetta Recine, e a secretária-executiva do órgão, Marília Leão, também participaram dos debates.   

Consea no Fórum Alternativo Mundial da Água  

Os debates do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) contaram neste domingo (18) com a participação da conselheira Maria José Morais, no painel “As águas subterrâneas e o seu papel no nexo segurança hídrica e alimentar em um contexto de mudanças climáticas globais”, e do conselheiro Daniel Garcia, que integrou o painel “Conexão Atlântico Tradicional – Complexo dos Povos. Todas as águas são mulheres. Todas são sagradas”.

O Fama acontece até quinta-feira (22), no Parque da Cidade, em Brasília. Organizado pela sociedade civil, o evento ocorre paralelamente ao 8º Fórum Mundial da Água, que ocorre no mesmo período, na capital federal.

O objetivo do Fama, segundo os organizadores, é contrapor a ideia de que o debate sobre a água fique nas mãos do governo e das grandes empresas, em vez da população. O tema desta edição do Fórum Alternativo é “Água é direito, não mercadoria”.

Reportagem e fotografia: Francicarlos Diniz

Fonte: Ascom/Consea