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Sistema atual de rotulagem de produtos alimentícios deve mudar, dizem especialistas

publicado: 19/07/2018 15h43, última modificação: 19/07/2018 16h48
Tabela nutricional obrigatória nos rótulos dos alimentos é de difícil compreensão, não permitindo ao consumidor saber se um produto tem excesso de sódio ou de gordura saturada. Teor de açúcar sequer precisa ser informado. Imagem: Idec

Tabela nutricional obrigatória nos rótulos dos alimentos é de difícil compreensão, não permitindo ao consumidor saber se um produto tem excesso de sódio ou de gordura saturada. Teor de açúcar sequer precisa ser informado. Imagem: Idec

“A tabela nutricional obrigatória nos rótulos dos alimentos é de difícil compreensão, não permitindo ao consumidor saber se um produto tem excesso de sódio ou de gordura saturada. No caso do açúcar, a situação é pior, pois seu teor sequer precisa ser informado”.

A avaliação é de Neha Khandpur, pesquisadora associada do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), e de Carlos Monteiro, professor titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Em artigo publicado no site HuffPost Brasil, os especialistas afirmam que o atual sistema atual de rotulagem de produtos alimentícios utilizado pela indústria precisa mudar. “A lista de ingredientes impressa nos rótulos poderia ser bastante útil, na medida em que esses deveriam ser relacionados em ordem de sua contribuição (em gramas) para o produto. Mas, o usual tamanho diminuto das letras torna a leitura da lista impossível para a maioria dos consumidores”, destacam.

“Além disso”, acrescentam os pesquisadores da USP, “o uso pela indústria de diferentes tipos de açúcar (açúcar refinado, açúcar mascavo, dextrose etc.) acaba frequentemente retirando este ingrediente das primeiras posições na lista, mesmo no caso de produtos com muito açúcar. A lista tampouco é clara quanto ao número e tipo de aditivos utilizados no produto”.

Os autores do texto defendem a adoção no Brasil de um sistema de rotulagem conhecido como “alertas nutricionais”, modelo implantado no Chile em 2016, que obriga que produtos com conteúdo excessivo de nutrientes críticos exibam, na parte frontal do rótulo, advertências em formato de octógonos ou triângulos, com indicações do tipo “Alto em açúcar”, “Alto em sódio” e “Alto em gordura saturada”.

Segundo os pesquisadores, representantes da indústria de alimentos, inicialmente favoráveis a trazer para a frente dos rótulos informações tão confusas quanto aquelas que caracterizam o sistema vigente, optaram por recomendar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o “semáforo nutricional”.

“O semáforo é uma ótima ferramenta de marketing para fazer com que produtos não saudáveis pareçam mais saudáveis. A indústria sabe disso e, na tentativa de fornecer mais evidências para apoiar o semáforo, tem pressionado com sucesso a prorrogação da Tomada Pública de Subsídios, iniciada pela Anvisa”, alertam Khandpur e Monteiro.

“É fundamental nos organizarmos para que o processo de consulta da Anvisa leve o Brasil a se alinhar com outros países onde o interesse da saúde pública prevalece sobre os lucros imediatos das empresas”, conclamam os pesquisadores.

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Fonte: Ascom/Consea