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Roda de conversa debate educação alimentar nas escolas
Como inserir a educação alimentar na grade curricular das escolas? Qual o papel dos pais na formação da cultura alimentar das crianças? Como melhorar a qualidade da merenda escolar? Essas foram algumas das questões debatidas na roda de conversa “Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nas Escolas”, que reuniu nutricionistas, professores, gestores públicos e profissionais da saúde na sexta-feira (20) no 25º Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), realizado em Brasília.
Para a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michelle Lessa, que mediou o debate, a promoção de ambientes saudáveis nas escolas é o caminho mais efetivo para prevenir a obesidade infantil. “Ou a gente melhora a oferta de alimentos saudáveis no ambiente escolar ou então vamos fidelizar as crianças ao consumo de alimentos com muito sal, gordura e açúcar, e aí será mais difícil reverter na vida adulta essa prática alimentar”.
Regina Lang, professora e presidenta do Consea Curitiba (PR), destacou que a educação alimentar envolve fatores intersetoriais. “Os profissionais da saúde e da educação precisam atuar conjuntamente, apropriando-se de metodologias que permitam o desenvolvimento de espaços saudáveis que estimulem as crianças a fazer escolhas alimentares saudáveis”.
A conselheira Inês Rugani, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), ressaltou a importância da capacitação e valorização do trabalho das cozinheiras nas escolas: “É gente de verdade fazendo comida de verdade”, comentou. Para ela, a educação alimentar deve envolver outros aspectos além da mera abordagem dos conteúdos sobre composição nutricional dos alimentos. “As crianças precisam saber mais sobre as questões que envolvem o direito à alimentação adequada”.
A professora de Nutrição do Instituto Federal do Maranhão, Carolina Carvalho, participante da roda de conversa, também considera necessário ampliar o enfoque da educação alimentar nas escolas. “As crianças são multiplicadoras do conhecimento e acabam levando o que aprendem na escola para casa, inclusive a importância de consumir mais alimentos naturais e evitar produtos ultraprocessados”.
Para a nutricionista e professora Narjara Leite, que atua no Departamento de Atenção Básica da Prefeitura de Santo André (SP), a educação alimentar nas escolas precisa se preocupar também com a capacitação de profissionais de outras disciplinas”, “É preciso traduzir os conceitos do campo da segurança alimentar e nutricional para as outras áreas da educação”, avalia ela.
Reportagem: Francicarlos Diniz
Fonte: Ascom/Consea