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Sociedade civil, executivo e legislativo debatem o desenvolvimento da agroecologia no país

publicado: 05/04/2016 17h41, última modificação: 24/08/2017 10h53

Na manhã desta terça-feira (5), a Frente Parlamentar do Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica reuniu representantes da sociedade civil, do executivo e do legislativo no II Seminário de Agroecologia e Produção Orgânica, no Congresso Nacional. O objetivo do seminário é dar visibilidade à agroecologia como proposta de desenvolvimento rural para o país.

"Nós precisamos ampliar essa discussão da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica aqui no âmbito da Câmara e, consequentemente, pra fora. Haja visto que já tem um apelo muito grande da sociedade de adquirir alimentos mais saudáveis", disse o coordenador da Frente Parlamentar da Agroecologia e Produção Orgânica, deputado Leonardo Monteiro (PT-MG).

O Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República, Wagner Caetano, deu ênfase à participação da sociedade civil na construção de políticas públicas na agenda de desenvolvimento sustentável. “Nós temos claro que o nosso compromisso é com essa política, com esse projeto, com essas iniciativas que fortalecem não só a agricultura familiar mas também a qualidade vida da nossa população e que dialoga com a agenda do desenvolvimento sustentável; a agroecologia faz parte dessa agenda”, disse o secretário. 

O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Cássio Trovatto, apontou para a necessidade do fortalecimento da agroecologia e do reconhecimento de cada agente envolvido na sua construção. “A agroecologia passa a ser um processo de transformação do olhar da política pública frente ao desenvolvimento. Nós não queremos a agroecologia simplesmente como um aspecto produtivo. Nós queremos a agroecologia como um grande projeto de desenvolvimento do campo da agricultura e do desenvolvimento rural”, disse ele.

Maria Verônica de Santana, representante da sociedade civil na Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo), defendeu que esse é o momento de avançar na aprovação do Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara). “A rua está dizendo que não aguenta mais alimento com agrotóxico, não aguenta mais o transgênico”, disse ela.

O aumento da produção de alimentos transgênicos com o uso de agrotóxicos foi apresentando por Gustavo Chianca, representante Adjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) no Brasil. De acordo com dados da FAO, esse tipo de produção mundial cresceu 7% entre 2008 e 2009. Mesmo diante desse quadro, entre 50 e 70% dos alimentos consumidos mundialmente ainda são produzidos pela agricultura camponesa. “Gasta menos energia, menos terra, menos água para produzir”, destacou Chianca já que a agricultura camponesa chega a utilizar cerca de 30% da água consumida no agronegócio.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou os projetos de apoio ao modelo agroecológico desenvolvidos no país. “A Embrapa não é só mais uma empresa de pesquisa. É uma empresa de pesquisa que busca soluções tecnológicas para o desenvolvimento e, de alguma forma, conversando com as políticas públicas”, disse Waldyr Stumpf, Diretor de Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

A presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Irene Cardoso, destacou a importância da conservação do solo e da biodiversidade. “Foi apresentando em um simpósio do Tribunal de Contras da União (TCU) no ano passado que há uma desgovernança no uso do solo nesse Brasil. Cada um faz o que quer e como quer com o solo. Como é que a gente vai construir agroecologia desse jeito?”, disse Irene, que tamém alertou para a preservação do solo como solução para a crise hídrica. “Vamos cuidar do solo se a gente quiser ter água”, completou ao apresentar exemplos de recuperação áreas degradadas na Zona da Mata.

Fonte: Ascom/Consea