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Conferência na PB: "Comida é patrimônio, não é mercadoria"

publicado: 20/08/2015 18h01, última modificação: 04/09/2017 14h35

"Comida é patrimônio, comida não é mercadoria", disse a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, na tarde desta quinta-feira (20/08), em palestra no Espaço Cultural João Pessoa, na Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba.  

Segundo a presidenta do Consea, a comida possui valor e simbologia que vão além do seu aspecto físico e material. "Falar de comida", disse ela, "é falar de afeto, é falar de memória, é falar de partilha".  

Ela se refere ao tema da Conferência deste ano na Paraíba, que é também o tema de todo o processo nacional de conferências de segurança alimentar e nutricional - "Comida de verdade no campo e na cidade, por direitos e soberania alimentar".

A presidenta do Consea chamou a atenção para o contexto atual, que, segundo ela, apresenta riscos e ameaças de retrocesso. "Nós precisamos ficar em alerta, precisamos ficar atentos para o contexto, que é de muitos riscos e ameaças de retrocessos".

Maria Emília citou como exemplo de retrocesso uma proposta em tramitação no Congresso Nacional que pretende retirar a rotulação nas embalagens de alimentos transgênicos. "Aquele T, que avisa que o produto contém  transgênico, é um alerta, em respeito ao direito que as pessoas têm à informação", afirmou ela.

A presidenta do Consea em sua fala citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a segurança alimentar no estado e na capital. "A Paraíba vem apresentando bons avanços na segurança alimentar e nutricional, que hoje está em 63% - em 2009 era 59%".

Ela também informou que os três tipos de insegurança alimentar - leve, moderada e grave - apresentam queda. "Por exemplo, a insegurança alimentar

era de 15 em 2004, caiu para 7% em 2009 e hoje é de 3,3%, o que significa uma considerável redução", avaliou ela.

Maria Emília também usou dados e estatísticas da Pesquisa de Vigilância e Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), promovida pelo Ministério da Saúde nas 27 capitais brasileiras. "Em João Pessoa, 51% da população adulta está com excesso de peso e 16,6% com obesidade", revelou.

Segundo ela, a pesquisa Vigitel perguntou aos entrevistados se eles substituem comida por lanches durante a semana. "Neste item, João Pessoa é a melhor capital, pois possui o menor índice – 7,1% da população".

A Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba foi aberta na manhã desta quinta-feira no Espaço Cultural João Pessoa, capital.

Fonte: Ascom/Consea