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Conselheiros indígenas falam sobre audiência com Dilma

publicado: 09/08/2013 10h55, última modificação: 18/09/2017 11h17
Roberto Stuckert Jr.

O pedido de atenção à demarcação de terras e à saúde dos índios marcou o primeiro encontro das lideranças indígenas com a presidenta Dilma Rousseff no último dia 10 de julho. Dourado Tapeba e Letícia Yanawá, que  são indígenas e conselheiros do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), participaram de reunião. Dourado representa a Articulação dos Povos Índigenas no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) e Letícia é coordenadora da Organização de Mulheres Indígenas do Acre.

Dourado acredita que o encontro foi “um ganho real”, já que surgiu a proposta da organização de uma mesa de negociação com as lideranças indígenas para debater a demarcação de terras e a discussão sobre a constitucionalidade da PEC 215, que propõe a transferência da decisão de demarcação de terras indígenas do Executivo para o Legislativo. “A Funai [Fundação Nacional do índio] perderia o sentido de existir, caso o Congresso puxasse pra si esse processo de demarcação”, diz Dourado.

O conselheiro diz ainda que resolver a questão fundiária é uma forma de conter a violência. “A prioridade é a questão das terras. No Mato Grosso do Sul, há um conflito permanente, com mortes que a gente sabe que pode incidir nos outros estados. Há um clima de violência constante que precisa ser contido. Então, tem que ser feita alguma coisa para resolver as questões das terras indígenas a nível nacional, mas com urgência a questão do Mato Grosso do Sul”, completa Dourado.

A conselheira Letícia avalia que a demarcação de terras e a segurança alimentar caminham juntas. “Tem a questão da terra, da preservação da floresta, da saúde e educação, da segurança alimentar. Sem a terra, nós não temos segurança alimentar”, explica. Além disso, ela conta que foi pedida à presidenta Dilma uma maior atenção à formação e capacitação da juventude indígena. “Nós não podemos esquecer da nossa cultura, mas temos que formar e capacitar os nossos jovens em várias áreas porque eles que vão ser nossos futuros engenheiros florestais, nossos agrônomos, nossos médicos, nossas enfermeiras, nossos enfermeiros, eles que são conhecedores da nossa realidade e da nossa cultura”, explica a conselheira.

A reunião teve a participação de 27 lideranças dos povos indígenas. No encontro, ficou acertada a criação de uma mesa de negociação permanente para debater políticas públicas e a indicação da Presidência para que os índios sejam sempre ouvidos.

Fonte: Ascom/Consea