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FAO cobra compromisso do poder público, ONGs e sociedade

por Consea publicado: 28/09/2012 00h00, última modificação: 18/09/2017 14h04

Em encontro esta semana no Escritório Regional da Organização das Nações Unidos para Alimentação e Agricultura (FAO), especialistas de diversos países propuseram recomendações para fortalecer os programas de alimentação escolar na América Latina e Caribe.
Para eles, é necessário um amplo compromisso de todos os atores envolvidos nos programas de alimentação escolar sustentáveis, a fim de ser garantir a alimentação saudável de crianças na América Latina e Caribe.

Governos, parlamentos, organismos não governamentais e internacionais, setor privado, sociedade civil e comunidade educativa devem trabalhar, juntos, para garantir a sustentabilidade destes programas de alimentação, que são considerados peças-chave para a segurança alimentar e o desenvolvimento cognitivo da juventude latino-americana.

Para o representante regional da FAO na região, Raúl Benítez, as crianças que têm problemas de má nutrição se encontram em condições muito desfavoráveis em termos de sua capacidade de aprendizagem. "É uma ferramenta fundamental, não somente para combater a fome e a má nutrição mas, também, para gerar igualdade de oportunidades".

Benítez também ressaltou que estes programas podem estimular a agricultura familiar, se vincular a sua produção aos alimentos utilizados nas escolas. Para trabalhar neste sentido, a FAO e o Governo do Brasil estão executando o projeto de Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar em oito países (Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Peru).

Segundo a coordenadora geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil, Albaneide Peixinho, "É na escola onde se formam os hábitos de alimentação saudáveis". Ela destacou a importância que tem a formação de professores e gestores em hábitos saudáveis e, também, a participação da sociedade civil.

Essas e outras recomendações foram discutidas durante três dias por especialistas em alimentação escolar de governos, universidades e organismos internacionais - do Brasil, Peru, Colômbia, Chile, Espanha, Nicarágua e Panamá - no Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe.

Os especialistas elaboraram um marco conceitual com recomendações para o tema da alimentação escolar na América Latina e Caribe. Um dos aspectos debatidos pelos especialistas foi a demanda de alimentos criada por estes programas e como esta representa um grande potencial para o desenvolvimento da agricultura familiar e dos mercados locais, contribuindo com a economia local, a redução do ciclo de pobreza e a promoção da segurança alimentar e nutricional.

"É necessário fazer um trabalho junto às organizações dos agricultores familiares para que se organizem para atender à demanda dos programas de alimentação escolar", afirmou Pedro Bavaresco, coordenador geral de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A reunião de especialistas também apontou a importância de que sejam cumpridas recomendações nutricionais e de qualidade alimentar nos programas de alimentação escolar sustentáveis, respeitando a cultura e a diversidade dos alimentos locais.

O encontro integrou as atividades conjuntas do Governo do Brasil e da FAO no projeto de Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar, da Cooperação Internacional Brasil-FAO.

A coordenadora do projeto, Najla Veloso, ressaltou a importância da promoção da educação para a segurança alimentar e nutricional: "Isso é possível por meio do fornecimento de uma alimentação escolar saudável, da formação de docentes e de instrumentos pedagógicos como as hortas escolares, uma experiência de sucesso no Brasil e que já estamos desenvolvendo em alguns países da América Latina".

Informações:
Cooperação Internacional Brasil-FAO
Palova Souza: palova.souza@fao.org - (562) 923 2155

Fonte: FAO