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ASA divulga carta sobre a seca e recebe apoio de conselheiros
A Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) divulgou na última reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), realizada na semana passada em Brasília, uma carta sobre a situação da seca vivenciada na região.
A carta foi apresentada pelo coordenador executivo da ASA e também conselheiro do Consea, Naidison Quintella Baptista. A carta foi considerada de extrema importância pela conselheira Elza Braga, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Ceará.
Segundo ela, o documento reforça a necessidade das entidades governamentais afirmarem ações de convivência com o semiárido para se avançar nas conquistas sociais para a região. “É grande a responsabilidade do Consea, da sociedade e do governo neste momento. Não negamos as políticas emergenciais. Elas são necessárias, mas passageiras. É preciso trabalhar com políticas estruturadoras, como o Programa de Aquisição de Alimentos, o programa que garante que parte da merenda escolar seja comprada do agricultor familiar da região, com a assistência técnica que permita a transição do sistema de produção tradicional para o agroecológico”, assegurou a professora Elza.
Já a representante das quebradeiras de coco do Maranhão, Maria Alaídes de Souza, ressaltou que o semiárido necessita de bastante atenção do governo porque a situação de vulnerabilidade provoca, principalmente, a insegurança alimentar da população. “Água é vida. O documento da ASA é de grande relevância social para o Brasil, não só para a região”, afirmou.
Alaídes também apresentou preocupação com a falta de debates entre governos e sociedade civil para o uso dos recursos públicos destinados às ações de emergência. Este aspecto mereceu um grande destaque na declaração da ASA, tanto para conclamar as organizações da sociedade civil para o controle social destas ações, quanto para sugerir aos governos medidas que podem coibir a eventual prática de compra de voto em troca da água do carro-pipa.
Os conselheiros decidiram que a temática principal para debate da próxima reunião será o semiárido. A escolha do tema foi comemorada pela professora Elza Braga que acredita que o momento vai ser fecundo e espera que as reflexões ajudem a construir um novo Nordeste - que “não fique à mercê de políticos", concluiu ela.
Fonte: com informações da Ascom/ASA