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“Alimento é um direito, não uma mercadoria”, diz presidenta do Consea
Michelle Andrade
Rio de Janeiro - “É importante entendermos que o alimento é um direito e não uma mercadoria", afirmou a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, nesta terça-feira (19), na Roda de Conversa “Educação Popular e Bem Viver”. “O alimento é um direito e deve ser entendido como o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável”, enfatizou Maria Emília.
A presidenta do Consea falou sobre o interesse que as indústrias têm no saber indígena e camponês para se apropriarem do conhecimento desses grupos. “As empresas querem patentear esse conhecimento e tornar [o conhecimento] uma propriedade industrial. Esse patenteamento tira o direito dessas populações de usarem suas habilidades”, afirmou Maria Emília. “O documento oficial da Rio+20 fala da importância desse conhecimento tradicional, mas essa valorização se dá em favor do mercado”, ressaltou.
“Falam que não temos o saber científico quando nos posicionamos contra determinadas tecnologias, como os transgênicos. A nossa posição, nesse momento, deve ser de que somos cidadãos e cidadãs e que temos o direito de ser informados, de nos manifestar e exigir que existam explicações e provas de que não há consequências para a saúde humana e para o meio ambiente quando usamos essas inovações”, relatou ela.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, um dos palestrantes do evento, falou sobre o importante processo da Eco 92 até a Rio+20. “A Eco 92 foi importante para uma conscientização popular. Precisamos continuar crescendo mais de forma consciente e sustentável e a melhor forma de fazermos isso é com participação popular”, afirmou o ministro. O ministro também ressaltou a necessidade de se repensar o modelo de desenvolvimento e as nossas formas de consumir.
Também participou do evento, como mediador, o conselheiro Selvino Heck, que ressaltou a importância de se ter, nesse momento, a primeira mulher na presidência do Consea.
O evento apresentou experiências concretas como forma de denunciar o modelo de desenvolvimento predatório nos biomas brasileiros e anunciar práticas e aprendizados que apontam para um novo modelo de convivência a partir dos parâmetros de sustentabilidade e respeito à sociobiodiversidade e aos biomas brasileiros.
Fonte: Ascom/Consea