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Na Rio+20, indígenas cobrarão ações

por Consea publicado: 25/04/2012 00h00, última modificação: 18/09/2017 14h09

Na Conferência Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, indígenas brasileiros e de outros países latino-americanos vão cobrar ações dos governos. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) espera reunir 1.200 indígenas latino-americanos, dos quais cerca de 800 brasileiros, em atividades paralelas.

Caso a previsão se confirme, será o maior encontro internacional indígena de todos os tempos, segundo a entidade. Três temas terão destaque nas conversas, no período de 17 a 22 de junho, quando os grupos indígenas estarão reunidos no Rio.

"Estamos nos articulando para que o mundo nos ouça, por meio de estratégias de comunicação e da internet. Não estaremos tanto na agenda oficial [da Conferência Rio+20], mas estaremos em salas, em palestras, divulgando a nossa causa", disse o coordenador-geral da Coiab, Marcos Apurinã.

Os temas propostas para discussão, segundo os líderes indígenas, são as estratégias para a demarcação de terras, formas de pressionar os governos nacionais a aplicar a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que determina consulta aos indígenas quanto a obras ou políticas que possam afetá-los, e o modelo de desenvolvimento nos países da região, que inclui grandes obras.

Para Apurinã, o encontro servirá também para alinhar as posições dos indígenas diante das ameaças que enfrentam em quase todos os países latino-americanos. "Nossos problemas são praticamente idênticos aos dos indígenas de outros países. Mesmo nos lugares sem florestas, os índios enfrentam dificuldades para ter acesso à água e às terras", disse.

O reconhecimento de que os desafios enfrentados por índios latino-americanos ultrapassam as fronteiras nacionais tem feito com que, nos últimos anos, lideranças de movimentos indígenas venham intensificando as relações com seus pares de países vizinhos, com vistas a trocar experiências bem-sucedidas.

Esse processo tem sido liderado por organizações regionais, como a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), que estará na Rio+20. Baseada no Equador, a organização também contempla movimentos indígenas da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, do Peru, Suriname e da Venezuela.

Com o objetivo de capacitar seus integrantes para negociações internacionais, a Coica promoveu na Colômbia, no ano passado, a primeira Oficina de Formação em Diplomacia Indígena. A Coica, que participou este ano do Fórum Social Temático, em Porto Alegre, e de encontro em 2011 em Manaus com lideranças indígenas da Bacia Amazônica, também tem buscado fortalecer sua posição em instituições multilaterais, como o Fórum Permanente das Nações Unidas para Assuntos Indígenas.

Fonte: Com informações da Agência Brasil e BBC Brasil