Fórum realiza 28ª Jornada temática

O aperfeiçoamento das políticas públicas de enfrentamento da pobreza rural na perspectiva do desenvolvimento territorial motivou encontro de especialistas, acadêmicos e gestores públicos nesta quarta-feira (18), na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura.

A 28ª Jornada Temática também inaugurou as transmissões ao vivo pelo site do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável (Fórum DRS), permitindo que internautas acompanhassem as discussões em tempo real. Na abertura do evento, o representante do IICA no Brasil, Manuel Otero, recordou que a Jornada é um espaço de participação democrática que permite avançar nas reflexões sobre a pobreza e o desenvolvimento.

Os resultados preliminares do projeto de aperfeiçoamento foram apresentados por Sérgio Leite, do Observatório de Políticas Públicas para a Agricultura. O professor explicou que em seis anos de trabalho foram lançados três livros e concluído um estudo de caso em Santa Catarina. “Interessa-nos ver como as coisas estão chegando na ponta. Percebemos que o desafio é descobrir como mobilizar os atores territoriais através de iniciativas que favoreçam e sublinhem processos de inclusão sócioprodutiva”, disse. Até junho serão realizadas outras pesquisas de campo no Pará, em Roraima, na Bahia, em Minas Gerais e em Sergipe.

Leite ressaltou que os recursos públicos são mais bem aplicados quando existe uma perspectiva territorial, e falou do Plano Brasil Sem Miséria cujo objetivo é retirar 16 milhões de pessoas da pobreza. “A complementaridade é bem-vinda, mas apostar na direção de aprisionar políticas estruturais no âmbito das políticas sócioassistenciais me parece um erro histórico. Um não pode substituir o outro”, afirmou.

Renato Maluf, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), concordou ao enfatizar que é preciso combinar os enfoques na escala territorial respeitando os aspectos multidimensionais. Para Renato Maluf, a erradicação da pobreza passa pela legitimação social e pelo reconhecimento da política pública.

Philipe Bonnal, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), falou sobre os avanços conceituais e metodológicos da proposta. Segundo o especialista, a pobreza nos territórios é um fenômeno complexo e mal conhecido. “É necessário experimentar e adaptar soluções próprias às características nacionais e regionais. O Estado também deve impulsionar e coordenar as transferências de renda e de riqueza”, indicou.

Fonte: IICA