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Um debate sobre segurança alimentar

publicado: 13/09/2010 09h00, última modificação: 25/05/2017 14h42

Editorial do jornal Correio do Povo (RS)

O aumento no preço dos alimentos no mundo está no centro das preocupações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O órgão está chamando uma reunião extraordinária no próximo dia 24 de outubro para tratar do tema com lideranças de todas as nações. Uma outra medida foi a criação de um grupo especial com 15 especialistas para elaborar alternativas para a alta dos preços e para garantir a segurança alimentar.

A FAO divulgou que seu receio acerca de futuras dificuldades da população mundial para ter acesso aos alimentos está baseado, entre outros elementos, no brusco aumento dos preços internacionais no mercado de cereais. O trigo é um exemplo de elevação de preços por conta da insuficiência de estoques reguladores no mundo. O encontro de setembro também pretende equacionar as ofertas por meio de tratativas com países que exportam ou importam o produto.

O fato de alimentos como o trigo apresentarem altas exorbitantes já está gerando conflitos em diversos países. Na semana passada houve um protesto em Moçambique contra o reajuste de 30% no preço do pão. Na Rússia, por conta da escassez, o primeiro-ministro Vladimir Putin já informou que vai ampliar o período de proibição da remessa a outros países. A Rússia é responsável por cerca de 10% do trigo produzido no mundo e exporta em torno de um terço desse total. Também as plantações de centeio e de cevada foram atingidas por calamidades naturais e incêndios. A safra deverá ser insuficiente para atender o consumo interno, pois deverá ficar em 60 milhões de toneladas de grãos quando a demanda é de aproximadamente 80 milhões. No Brasil, pelo fato de as compras de volume serem definidas com bastante tempo, as repercussões sobre compra e venda só devem ser sentidas ao final do ano.

O Brasil também fará parte da comissão da FAO. Seu representante será Renato Maluf, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Ele vai levar a experiência brasileira em atividades de combate à forme e à desnutrição. O país precisa fazer coro com as principais nações do planeta para encontrar medidas que garantam às populações mundiais condições dignas de vida, sob pena de as omissões para evitar uma geração de famintos cobrarem um preço alto para todos.

Fonte: Correio do Povo (RS)