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Agricultura familiar promove equilíbrio entre produção e acesso a alimentos

publicado: 19/02/2010 18h40, última modificação: 26/05/2017 13h29

Uma conta que ainda não fecha é a relação entre produção de alimentos e o número de famintos no mundo. Uma das causas desse problema, segundo o presidente do Consea, é falta de administração das reservas de alimentos.

"Os famintos, subnutridos ou aqueles que se alimentam irregularmente existem por razões de renda, pois estamos falando de pobreza e desigualdade social. Então a resposta para fechar essa equação entre produção e alimentação é emprego e salário. É renda", diz Renato Sérgio Maluf.

Esses problemas são mais graves nas zonas rurais, onde se concentram boa parte das desigualdades. "O trágico, o paradoxo, é que os indicadores mais graves de pobreza e de programas de fome e desnutrição estão na zona rural. Eles deveriam não só ter acesso aos alimentos como serem fornecedores", aponta.

Uma das soluções, segundo estudos do Consea, é priorizar a agricultura familiar. "Quando você atua junto às comunidades rurais mais pobres você ataca dos dois lados da equação, pois está criando condições de existência digna para essas famílias, porque elas podem desempenhar suas atividades econômicas de maneira adequada, e ao fazerem isso, estarão fornecendo alimentos. Por isso é que as políticas para a agricultura familiar são tão importantes", destaca.

Alimentação como direito social. O que isso muda?
Confira os três pontos citados pelo presidente do Consea, Renato Sérgio Maluf

1 - "Enxergo que as mudanças dependem muito das iniciativas dos governos e da própria sociedade. Primeiro temos que fazer uma grande campanha nacional de divulgação da referência do direito, para que as pessoas saibam que a alimentação adequada e saudável é um direito de todo brasileiro e de toda brasileira e que, portanto, elas têm que se apropriar desse direito e exigi-lo".

2 - "Segundo é começarmos a trabalharmos na construção de instrumentos de exigibilidade do direito. Isto é, o que é que um cidadão, uma cidadã, ou uma organização pode fazer quando esse direito é violado. Quem é o responsável? É o prefeito? É o governador? É quem? E quem se move para assegurar isso?. Com a nova lei tudo muda, pois está na constituição, então agora estados e municípios estão igualmente comprometidos a implementar políticas que de direitos a alimentação. Isso quer dizer que a alimentação não é mais uma questão de governo A ou B, é uma obrigação de Estado, no qual todos se comprometem, união, estados e municípios e também a sociedade".

3 - "Terceiro desdobramento é fazer referência ao mandado constitucional nos programas que dizem respeito à alimentação e nutrição. Eles tem agora que cumprir um mandato constitucional, então isso coloca questões tanto da maneira de implementá-los, da sua justificativa, da forma, e o comprometimento das várias esferas de governo com essas ações".

Fonte: Em Questão