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Crianças levam ao Congresso Nacional propostas sobre mudanças climáticas
Enquanto acontece a Conferência do Clima em Cancun, no México, cerca de 30 crianças e adolescentes de várias parte do Brasil se reúnem em Brasília, entre os dias 6 e 8 de dezembro, para participar do encontro "Mudanças Climáticas: nossa vida está em jogo", realizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese).
As crianças são membros de comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, sem-terra, do semi-árido, das grandes cidades, Cerrado e Amazônia e têm entre 12 e 16 anos.
O objetivo do encontro é manifestar a preocupação das crianças e adolescentes sobre os desafios trazidos pelas mudanças climáticas no Brasil e no mundo. Eles também vão ao Congresso Nacional, para cobrar dos parlamentares brasileiros um compromisso do poder público para com esta questão, que atinge os mais diferentes biomas, comunidades tradicionais e moradores de periferias das grandes cidades.
Nos encontros preparatórios do evento, foi sugerida uma atividade, que fazia o seguinte questionamento: "Considerando os desafios do momento presente, que palavras você escolheria para escrever na Bandeira do Brasil?". A questão foi respondida de várias maneiras e durante o encontro em Brasília, caberá aos participantes escolher algumas destas palavras e pintar em uma grande bandeira do Brasil, que será levada ao Congresso Nacional.
As crianças também levarão para cada um dos congressistas exemplares do jogo "Mudanças Climáticas: Nossa vida está em Jogo".
As crianças e adolescentes que participam do encontro já tiveram reuniões preparatórias em suas comunidades e puderam conversar sobre as condições sócio-ambientais de diversos biomas e realidades do Brasil. Na capital federal, o evento será realizado no Centro Cultural de Brasília, onde as crianças devem apresentar informações sobre o seu lugar e a sua vida para as outras participantes.
Haverá oportunidade para debate e assim poderão definir as prioridades e as palavras que deverão ser colocadas na bandeira do Brasil.
Depois das discussões no CCB, os participantes vão visitar o Congresso Nacional para apresentar o Jogo "Mudanças Climáticas Nossa vida está em Jogo", além de mostrar suas propostas, reivindicações e manifestações aos parlamentares, representantes do Governo Brasileiro e imprensa.
O jogo "Mudanças Climáticas: Nossa vida está em Jogo" é uma maneira lúdica de colocar o assunto das mudanças na pauta das crianças e adolescentes. Eles aprendem e discutem sobre o assunto de forma divertida e acabam obtendo mais informações para contribuir para preservação do planeta Terra.
Participantes
Grupo Cultural Afroreggae - Crianças e adolescentes da periferia do Rio de Janeiro; INESC - Projeto Criança e Parlamento; MST (Movimento Sem Terra) - Trabalho com os sem terrinha; CIR (Conselho Indígena de Roraima) - Escola indígena da Reserva Raposa Serra do Sol; APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do NE, MG e ES) - Trabalho com adolescentes do povo Pitaguari; CPI (Comissão Pró-Índio de SP) - adolescentes Aldeia Guarani em São Paulo; CAA NM (Centro de Agricultura do Norte de Minas) - Adolescentes da Escola Geraizeira da Reserva Extrativista da Fazenda Tapera; MOC (Movimento de Organização Comunitária) - Adolescentes do semi-árido da Bahia, que participaram do intercâmbio das Águas em 2009; Articulação Puxirão - Crianças e adolescentes de Comunidades Tradicionais (pescadores e quilombolas) do sul do Brasil; CAJU (Casa da Juventude) Goiânia; Escola Ambiental Padre Lancísio - Silvânia - Goiás
Convidados
Carlos Dayrell: Engenheiro agrônomo, coordenador do Centro de Agricultura do Norte de Minas. Em 1975, foi ele o jovem estudante que salvou uma árvores prestes a ser derrubada em Porto Alegre. Uma grande multidão se formou na frente da Faculdade de Direito da UFRGS, em uma das principais vias da cidade, a avenida João Pessoa. Funcionários da Secretaria Municipal de Obras estavam cortando dezenas de árvores para construir o viaduto Imperatriz Leopoldina. Carlos Dayrell, sócio da Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, subiu numa Tipuana (Tipuana tipa) para impedir o trabalho das motosserras. Ela está lá até hoje. O protesto terminou na delegacia de polícia política. Foi notícia nos principais jornais do mundo. Naquela época, impedir o corte de árvores era crime contra a segurança nacional. "De minha parte, colocaria como marco inicial de um movimento ecopolítico no Brasil a a ação Carlos Dayrell", escreveu Alfredo Sirkis no apêndice da edição brasileira do livro Rumo ao Paraíso - A história do movimento ambientalista, de John McCormick.
Bené Fonteles: Artista plástico, músico e poeta paraense radicado em Brasília. Inicia-se como artista plástico e compositor no começo da década de 70 em Fortaleza - CE, onde também se torna jornalista e editor de arte. Em 1972, inicia trabalho de animação cultural, curadoria e montagem de mostras por quase todo o país. Entre 1983 e 1986 dirigiu o Museu de Arte da Universidade Federal de Mato Grosso onde desenvolve trabalho ligado a multimídia e ecologia. Sua atuação neste estado onde passa quase toda a década de 80, resulta na criação da Associação Mato-grossense de Ecologia, do Movimento Artistas pela Natureza, do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e das campanhas em defesa do Pantanal e Pelo Respeito aos Direitos Indígenas. A sua atuação como coordenador do Movimento Artistas pela Natureza o faz viver desde 1991 em Brasília e atuar com várias ongs e instituições oficiais, nacionais e internacionais para a realização de projetos de arte e educação ambiental em defesa dos mananciais hídricos.
Leia mais
"Escrever outras palavras no coração do Brasil"
"Roteiro Mudanças Climáticas: Nossa Vida Está em Jogo!"
Contatos
Adriano Martins - CESE, coordenador do encontro
(71) 8807-3001
adriano@cese.org.br
Maíra e Cleymenne- CIMI, assessoras de imprensa
(61) 9979-6912 e (61) 2106-1650
Fonte: Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese)