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Crescimento e distribuição de renda são fundamentais para redução da desigualdade

publicado: 09/12/2010 16h00, última modificação: 25/05/2017 11h23

O desafio do Brasil hoje é crescer e manter os mesmos índices de redução da desigualdade conquistados nos últimos anos, caso contrário, o tamanho do Programa Bolsa Família vai explodir. A avaliação foi feita pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Ricardo Paes de Barros, nesta quarta-feira (8), durante participação no evento Avanços e Desafios do Programa Bolsa Família e lançamento do Novo Cadastro Único, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em Brasília.

Paes de Barros destacou a forte redução da desigualdade e da pobreza ocorrida nos últimos oito anos. "Representa o trabalho de uma geração realizado em alguns poucos anos", observou, acrescentando que o Bolsa Família explica pelo menos 20% da redução da extrema pobreza e também da desigualdade. Em sua opinião, o Brasil reduziu a extrema pobreza à metade em apenas cinco anos.

O pesquisador centralizou a sua palestra na dimensão do alívio da pobreza pelo programa de transferência de renda. "A missão do Bolsa Família é eliminar o hiato de desigualdade, por isso, o programa precisa ser focalizado nos mais pobres", ressaltou. Segundo Paes de Barros, a distância entre a parcela mais pobre e a média de renda da população brasileira precisa ser mantida nos mesmos níveis de países que apresentam os mesmos indicadores econômicos do Brasil.

A preocupação de Barros é que o País tenha altos índices de crescimento e a redução da desigualdade não siga o mesmo ritmo. "Nesse caso, será preciso aumentar e muito o tamanho do Bolsa Família", alerta. Se a desigualdade continuar sendo reduzida nos mesmos patamares dos últimos anos, acrescentou, o programa poderá ser mantido do mesmo tamanho de hoje.

Para a representante da USP, Amélia Cohn, o programa supera o combate à pobreza. "Ele contribui com a formação de capital humano ao estimular o acesso da população atendida aos serviços de educação e da saúde". Em uma referência a uma declaração do livro As Veias abertas da América Latina, de Eduardo Galiano, de que "pobre é aquele que tem a porta fechada", Cohn disse que o Bolsa Família tem que abrir portas para a inserção social da população pobre.

A integração entre as políticas sociais do governo foi destacada pelo ex-ministro Patrus Ananias, que comandou o MDS desde a sua criação até abril deste ano. Ananias defende uma sociedade que assegure direitos e oportunidades iguais para todos e avalia que o Bolsa Família cumpre um papel importante neste contexto.

O evento foi encerrado nesta quarta-feira, após vários debates entre pesquisadores e autoridades do Governo. O principal tema foi o Programa Bolsa Família, seus avanços e desafios.

Informação
Ascom/MDS
(61) 3433-1052

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)