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COP 16: conselheira envia mais um relato sobre o evento no México

publicado: 09/12/2010 17h00, última modificação: 25/05/2017 11h25

Nesta sexta-feira (10) terminam as discussões da 16ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas - a COP 16 -, que começou dia 9 de novembro, em Cancun, no México.

A conselheira Gleyse Peiter, que representa o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, envia mais um relato de atividades da conferência. Eis o relato:

Durante a maior parte da terça-feira foi feito o acompanhamento das negociações sobre adaptação. A proposta que está em discussão agora, apoiada pela maioria dos países e pelo G77 e China, é a implantação de um Comitê de Adaptação, que teria a responsabilidade de dar as coordenadas sobre o tema, de modo geral.

Nesta linha, este Comitê não teria a responsabilidade sobre os recursos do Fundo de Adaptação, embora tivesse ligação com as decisões a serem tomadas pela coordenação do Fundo. Esta proposição não está sendo aceita pelo bloco de países liderado pelos Estados Unidos( Austrália, Canadá, União Européia, Noruega), que a rigor, não quer a criação do Comitê.

Caso este Comitê exista assim mesmo, este bloco quer que seu papel seja apenas de troca de informações e experiências, sem nenhum peso político. Outra questão refere-se às ações para adaptação. A proposta original (com apoio do G77 e China), diz respeito à decisão de se estabelecerem processos de permitir que os países em desenvolvimento que são vulneráveis possam formular e implementar seus planos nacionais de adaptação, com opções de financiamento.

Esta proposta também foi recusada pelo bloco norte-americano, que fez uma contra-proposta muito fraca, sem estabelecer compromissos, o que não foi aceita pelos outros países. As negociações não chegaram a um termo, pois não houve consenso e até o início da noite estava empacada. As coordenações dos países iriam ainda se reunir e as negociações continuariam a partir das oito da noite.

No início da tarde houve a solenidade de abertura dos trabalhos da representação de ministros e chefes de Estado. A cerimônia contou com a presença do presidente mexicano, que fez um discurso correto, convidando a todos para se unir na construção de uma proposta consistente e legalmente vinculante.

O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, fez um belo discurso, também exortando os países por resultados concretos. Na entrevista que fez a seguir, afirmou que não tem expectativas de um acordo que seja legalmente vinculante. A coletiva brasileira, no início da noite, contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, que fez um breve relato das negociações que estão sendo mediadas pelo Brasil e Reino Unido em torno do tema da mitigação e da implantação da segunda fase do Protocolo de Kioto.

A ministra falou que está otimista com o andamento das conversas, que vem sendo feitas com os blocos políticos e bilaterais. A ministra não deu detalhes das negociações, mas afirmou sua confiança num acordo político. O embaixador brasileiro afirmou que se o acordo final não for consistente, com propostas importantes, o Brasil será contra que este seja legalmente vinculante e deixará para propor esta vinculação para negociações futuras.

Relato enviado pela conselheira Gleise Peiter, direto de Cancun, México.

Fonte: Assessoria de Comunicação Consea