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“Espero que todos os pontos debatidos no nosso encontro regional avancem na 5ª+2”

publicado: 14/02/2018 15h23, última modificação: 16/02/2018 14h35
Em entrevista ao Consea, Francisca relata que a falta de políticas de segurança alimentar e planos de gestão territorial são alguns dos problemas enfrentados pelos povos indígenas. Imagem: Hadrien La Vapeur

Em entrevista ao Consea, Francisca relata que a falta de políticas de segurança alimentar e planos de gestão territorial são alguns dos problemas enfrentados pelos povos indígenas. Imagem: Hadrien La Vapeur

De 6 a 8 de março, será realizado em Brasília o Encontro Nacional 5ª+2. O evento fará um balanço das propostas apresentadas na 5a Conferência Nacional Segurança Alimentar e Nutricional, realizada na capital federal em novembro de 2015.

O site do Consea está realizando uma série de entrevistas com representantes dos segmentos que participarão do encontro.

Integrante da Organização dos Professores Indígenas do Acre e da Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre, Francisca de Oliveira de Lima Costa representará a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

Confira a seguir a entrevista que ela concedeu ao site do Consea.

O que é ser indígena no Brasil?

Ser índio no Brasil é viver o desrespeito aos nossos direitos, à nossa cultura, à nossa terra. Isso implica na implementação das políticas públicas voltadas à segurança alimentar e para a demarcação e ampliação das terras indígenas.

Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas da Amazônia?

Existem vários estudos sobre os problemas que os povos indígenas enfrentam. Agora falta implantar, por exemplo, a política de segurança alimentar, os planos de gestão territorial e ambiental, a merenda escolar indígena, que é o nosso sonho. Também temos as ameaças de arrendamento das terras indígenas, a mineração e a soja, que estão chegando através do agronegócio, além da desvalorização e perda das sementes tradicionais.

Qual a importância da demarcação das terras para a segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas da Amazônia?

A demarcação das terras indígenas facilita o acesso às políticas de segurança alimentar, facilita o acesso a recursos, sejam eles estaduais ou nacionais.

Qual a sua expectativa em relação ao Encontro 5ª+2?

Espero que todos os pontos debatidos no nosso encontro regional avancem, para acabar com a desnutrição dos povos indígenas. Espero avanços na saúde e educação dos povos indígenas, uma alimentação melhor para suas famílias. Que cheguem mais recursos, para melhorarmos nossos sistemas agroflorestais.

Entrevista: Francicarlos Diniz, com Nathan Victor (estagiário)

Fonte: Ascom/Consea