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Artigo: Pastoral e PAA melhoram vida de famílias paraibanas

No município de Aparecida, região do Alto Sertão da Paraíba, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, tem obtido uma organização com resultados bastante satisfatórios.
publicado: 13/12/2011 00h00, última modificação: 18/08/2017 10h48

Eudes Costa

No município de Aparecida, região do Alto Sertão da Paraíba, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, tem obtido uma organização com resultados bastante satisfatórios. O projeto na cidade tem como proponente a Associação dos Apicultores do Sertão Paraibano (Aspa), que nos últimos anos tem avançado na formação dos agricultores(as) no exercício da atividade apícola.

Também tem fortalecido as organizações do ramo através da criação de abelhas com base no manejo sustentável da Caatinga e defendido a conservação da fauna e flora local, conservando uma articulação em duas grandes redes do Brasil - a Rede Abelha Nordeste e a Articulação do Semiárido (ASA), na qual atualmente é Unidade Gestora do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

O PAA é uma das ações dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), e visa a garantia do acesso a alimentos em quantidade e regularidade necessária às populações em situação de insegurança alimentar nutricional, além de promover a inclusão social e econômica no campo, por meio da compra dos produtos da agricultura familiar a preços mais justos.

Segundo o presidente da Aspa, João Pereira, a ação do programa no município surgiu da necessidade dos produtores rurais e da carência do próprio município em desenvolver um programa dessa natureza. "A nossa preocupação é fazer o melhor para o programa se desenvolver forte junto ao público beneficiado e fortalecer a agricultura familiar local, e a expectativa da entidade é fazer com que essa experiência possa inspirar outras associações", enfatizou João Pereira.

A partir do programa a entidade tem trabalhado na perspectiva de estimular remuneração da produção, ocupação do espaço rural, a distribuição de renda, o combate à fome, o resgate da cultura alimentar regional e na defesa e preservação ambiental. Mas, para desenvolver todas essas linhas de ação e dar corpo e organização à atividade, fez-se necessário reunir forças e importantes parcerias, uma delas coma Pastoral da Criança.

Nessa parceria, a Pastoral foi fundamental para o êxito do projeto, no desenvolvimento das crianças, de suas famílias, das comunidades (sem distinção de raça, cor, sexo, credo religioso ou político); trabalha as condições sociais de vida das pessoas, bem como a saúde, nutrição e cidadania.

A coordenadora voluntária Maria Aparecida Ferreira, da Pastoral da Criança no município, conta o seu trabalho junto ao projeto: "O PAA veio em bom momento, a Pastoral acompanha famílias que realmente precisam de ajuda, tanto na cidade como na zona rural".

Todo o trabalho é fiscalizado pela Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na Paraíba. Todo o trabalho no projeto é voluntário, desde recebimento dos produtos na propriedade do fornecedor, a chegar à estocagem, divisão dos itens, até a entrega aos beneficiários. A seleção e identificação das famílias têm a contribuição dos líderes da Pastoral e dos Agentes Comunitários de Saúde, que mantém um excelente trabalho nesse aspecto, conhecem as famílias e suas condições. Através de uma visita domiciliar, falam sobre o objetivo do programa, analisam o cadastramento de acordo com os critérios, priorizando mulheres gestantes, famílias que já estão incluídas na Bolsa Família e que têm crianças de até 6 anos.

Atualmente são beneficiadas 600 famílias distribuídas entre a zona urbana e rural: Assentamento Acauã, Acampamento Nova Vida I, Veneza, Angélica, Angicos, Duas Lagoas, Extrema, Tabuleiro Cumprido, Várzea do Cantinho, Várzea do Menino Jesus, Boi Morto, Serra Azul e Caraíba.

Cerca de 40 agricultores fornecem para o projeto os produtos mais diversos: banana, mel, milho verde, doces, cocada, alface, coentro, quiabo, cebolinha e manga.

O projeto aponta alguns avanços na nutrição de crianças e na saúde de toda a família. O mel em particular tem sido um alimento essencial, e deixado de ser considerado somente como remédio; as famílias passaram a usá-lo no preparo de bolo, suco, vitamina e em quase todas as refeições diárias, mostrando resultados significativos quanto ao seu poder nutricional.

Essa ação não se encerra só na entrega da cesta de alimentos, vai além de saciar a fome de comida, as entidades se preocupam também com a condição social das famílias, e tem realizado palestras sobre Higienização na Manipulação de Alimentos, encontro sobre a celebração comemorativa do dia mundial da água, e estimulado as mães a participarem das oficinas oferecidas pela entidade sobre a fabricação de sabão e sabonete a partir da coleta do óleo de cozinha, e da oficina sobre a confecção de filtros de água com garrafas (PET).

A iniciativa da ASPA tem inspirado e colaborado com outros municípios a desenvolver seu próprio projeto no intuito de fortalecer a experiência na microrregião. Esta iniciativa da ASPA e a Pastoral da Criança estão mudando a vida de muita gente em Aparecida, no sertão paraibano. E é nesta partilha que vamos à busca de uma vida digna para todas as criança e gestantes do nosso sertão.

Texto editado do original, publicado no Boletim O Candeeiro, por Eudes Costa - Comunicador Popular da ASA/ UGT/ASPA do Alto Sertão Paraib